Vinícius Pereira de Oliveira
2 min readJul 15, 2019

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Bom texto para levantar o debate acerca do filme, mas…
Ao meu ver, a comparação não se aplica por alguns motivos que cito abaixo:

  1. De fato o Escola sem Partido tem deficiências, mas a maioria das críticas ao projeto deixam claro que o mesmo não foi totalmente lido por parte do crítico ou não está sendo compreendido em sua essência;
  2. No filme, há um pensamento dominante acerca daquilo que deve ser ensinado e uma resistência por parte de diretores em permitir que o professor incentive novos autores e consequentemente um pensamento diferente do hegemônico;
  3. Partindo do que citei no ponto 2, o pensamento dominante nas escolas e universidades brasileiras é o pensamento de linha marxista. Todo e qualquer pensamento fora desta linha é desprezado pela suposta classe “intelectual acadêmica”. Já tive professores filiados a partidos políticos (nomeadamente PT e PC do B) desde o ensino básico, passando pelo ensino médio até algumas aulas da universidade, a filiação propriamente não foi o problema, mas sim a propaganda acerca de que o melhor sistema sócio-econômico era aquele defendido pelos partidos políticos citados… Dentro da sala de aula.
  4. Partindo do que citei no passo 3 e já comparando com o citado no texto, antes do professor pedir que rasguem os livros, ele pede que um aluno leia o conteúdo da qual o professor discorda. Qualquer aluno depois poderia reler o exemplar e a página rasgada e comparar com aquilo que o professor ensinou e fazer a sua própria síntese sobre o tema. No Brasil, os professores doutrinadores tem medo de incentivar que os alunos leiam obras que contradizem sua opinião política pois nitidamente eles mesmos não leram obras que vão contra aquilo que pensam (a maioria, não são todos);
  5. O professor do filme portanto, traz a tona leituras desconhecidas aos alunos visto que a escola e os diretores procuram manter sempre o mesmo pensamento hegemonico, qualquer professor que busca ensinar sim a doutrina política marxista mas também tem a honestidade de mostrar aos alunos obras conservadoras com autores como Roger Scruton, Chesterton, Burke ou obras de cunho econômico com autores Hayek ou Mises, estará fazendo o papel do professor do filme;
  6. O ponto 5 citado acima, pode ocorrer se o Escola sem Partido for aprovado. Atualmente, dentro da “liberdade de ensino” que os professores militantes tem, eles só ensinam mais do mesmo.

Em resumo… O professor do filme estaria totalmente insatisfeito em saber que um único pensamento prevalece nas escolas de um país durante décadas e que autores contraditórios não são encontrados sequer nas bibliotecas, imagine na estante dos professores partidários.

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